Em 1982, Cardoso & Brando destacaram a necessidade de um estudo
regionalizado dos acidentes por animais peçonhentos, devido as
peculiaridades locais da fauna e a disponibilidade de dados sobre o agente
etiológico, caracterização de venenos e descrição clínica dos acidentes,
somente de proveniência das regiões meridionais do país. No período de
janeiro de 1990 a dezembro de 1993 foram notificados 81.611 acidentes e o
coeficiente de incidência para o Brasil foi de 13.5 acidentes/100.000
habitantes. Vale ressaltar que o maior índice de letalidade foi registrado
no Nordeste (0,81%), cerca do dobro da média nacional (0,45%) apesar desta
região apresentar o menor coeficiente de incidência do País (6,84
acidentes/100.000 habitantes), conseqüência das subnotificações, tendo em
vista as dificuldades de acesso aos serviços de saúde (Brasil, 1999).
Este projeto pretende ampliar os conhecimentos acerca da distribuição
geográfica dos acidentes e das espécies de serpentes que constituem risco
para o homem, afim de fundamentar as ações da Vigilância Ambiental na
Região; mapear as serpentes de importância médica nos Estados do Nordeste;
determinar a incidência e letalidade dos acidentes por serpentes no Nordeste
do Brasil, no período de 1995 a 2001, descrever as características
epidemiológicas (município de ocorrência, idade, sexo, ocupação e atividade
dos pacientes, mês e horário do acidente) dos acidentes provocados por
serpentes nos Estados do Nordeste, no período de 2001 e as características
clínicas (intervalo de tempo entre o atendimento médico, sintomatologia
local e sistêmica, alterações de exames laboratoriais, gravidade,
tratamento, evolução, etc.) dos acidentes por serpentes, nos estados do
Nordeste em 2001, além da identificar das áreas e os fatores de risco
determinantes para o ofidismo na Região.
Para tanto, deverá ser feita captura/recepção dos animais e consultas a
coleções científicas nacionais; coleta de dados geográficos (fontes
nacionais de informação); georeferenciamento dos mapas de distribuição
geográfica, utilizando-se do SPRING e SIG e análise dos dados clínicos e
epidemiológicos através de consultas a fontes primárias (fichas de
atendimento e notificação) e fontes secundárias nacionais (SUS-DATASUS,
CENEPI, FIOCRUZ), cujo desenho de estudo será o Descritivo.
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